terça-feira, 6 de maio de 2014

Dia do trabalhador e não do trabalho!

A dor, o cansaço de cada dia, o enfado, stress, o imensurável desgaste de uma vida de trabalho, não deve ser perdidos quando no histórico 1º de maio paramos todas as atividades, exceto os trabalhadores que não param nunca: pobres escravos da arrogância do mundo moderno, pois existem infinitos trabalhadores obrigados ao trabalho ainda no dia de hoje, o homem que trabalha na praça de alimentação do shopping de sua cidade talvez não saiba o que é folgar no dia do trabalhador.  Contudo, é importante que esse dia não seja marcado por apenas comemorações, mas por luta – é clichê, mas é válido.
Luta sim, saber que o dia é do trabalhador já começa rechaçando a tentativa de comemorar um dia do trabalho, bem longe disso; o dia deve ser encarado como um dia de vitórias, pois com muito esforço, greves, barricadas e mortes – inúmeros direitos aos trabalhadores foram conquistados. Difícil achar que estes direitos hoje estão consolidados e findados, pelo contrário nunca foi tão necessário lutar. O dia do trabalhador num é o dia do reconhecimento pelo seu trabalho, mas o dia de luta e consciência das vitórias já alcançadas e daquelas que ainda precisam conquistar.
Ainda há quem no 1º de Maio ainda tente colocar o ideal de um ‘pai dos pobres’, que tenha concedido benefícios merecidos a uma camada da população que sustenta qualquer país, muito menos isto deve ser colocado como algo positivo no dia do trabalhador, esse é um dia em si histórico, por marcar a luta e a morte de operários que em meio ao fogo não desistiram de lutar por melhores condições de trabalho, condenados a morte, não sabia o valor que estavam criando para a classe operária.


Dia do trabalho é na mente de insanos patrões exploradores, todos os dias, mas hoje não, hoje tem que ser mencionado aquele que leva em si a dor, ou as dores, de sua árdua e difícil tarefa. Em muitos locais ainda há pessoas trabalhando como escravos, recebendo as piores condições de exercerem suas atividades, nos canaviais, no interior das grandes matas, no silêncio da madrugada. Pessoas que são pouco conhecidas como trabalhadores, mas que precisam desse reconhecimento para ganhar seus direitos trabalhistas, como ambulantes, feirantes, autônomos, livres labutadores do cotidiano de suas vidas. Esse é um dia também da dor destas pessoas. E de saber que ainda há lutas para serem vencidas.

Não deixemos mais confundir, nem propositalmente ou por mero desconhecimento, o dia do trabalhador não é o dia do trabalho. É preciso reunir uma consciência dessa classe e passar a exigir direitos ao Estado, que sirvam de fato para a melhoria desses trabalhadores: exigir uma saúde de qualidade, escolas públicas de excelência, investimento no transporte público estas são em si reinvindicações trabalhistas. 

Prof. Neto Almeida

Nenhum comentário:

Postar um comentário