A dor, o cansaço de cada dia, o enfado, stress, o imensurável desgaste de uma vida de trabalho, não deve
ser perdidos quando no histórico 1º de maio paramos todas as atividades, exceto
os trabalhadores que não param nunca: pobres escravos da arrogância do mundo
moderno, pois existem infinitos trabalhadores obrigados ao trabalho ainda no
dia de hoje, o homem que trabalha na praça de alimentação do shopping de sua
cidade talvez não saiba o que é folgar no dia do trabalhador. Contudo, é importante que esse dia não seja
marcado por apenas comemorações, mas por luta – é clichê, mas é válido.
Luta sim, saber que o dia é do trabalhador já começa
rechaçando a tentativa de comemorar um dia do trabalho, bem longe disso; o dia deve
ser encarado como um dia de vitórias, pois com muito esforço, greves,
barricadas e mortes – inúmeros direitos aos trabalhadores foram conquistados.
Difícil achar que estes direitos hoje estão consolidados e findados, pelo
contrário nunca foi tão necessário lutar. O dia do trabalhador num é o dia do
reconhecimento pelo seu trabalho, mas o dia de luta e consciência das vitórias
já alcançadas e daquelas que ainda precisam conquistar.
Ainda há quem no 1º de Maio ainda tente colocar o ideal de
um ‘pai dos pobres’, que tenha concedido benefícios merecidos a uma camada da
população que sustenta qualquer país, muito menos isto deve ser colocado como
algo positivo no dia do trabalhador, esse é um dia em si histórico, por marcar
a luta e a morte de operários que em meio ao fogo não desistiram de lutar por melhores
condições de trabalho, condenados a morte, não sabia o valor que estavam criando para a
classe operária.
Dia do trabalho é na mente de insanos patrões exploradores,
todos os dias, mas hoje não, hoje tem que ser mencionado aquele que leva em si
a dor, ou as dores, de sua árdua e difícil tarefa. Em muitos locais ainda há
pessoas trabalhando como escravos, recebendo as piores condições de exercerem
suas atividades, nos canaviais, no interior das grandes matas, no silêncio da
madrugada. Pessoas que são pouco conhecidas como trabalhadores, mas que
precisam desse reconhecimento para ganhar seus direitos trabalhistas, como
ambulantes, feirantes, autônomos, livres labutadores do cotidiano de suas
vidas. Esse é um dia também da dor destas pessoas. E de saber que ainda há
lutas para serem vencidas.
Não deixemos mais confundir, nem propositalmente ou por mero
desconhecimento, o dia do trabalhador não é o dia do trabalho. É preciso reunir
uma consciência dessa classe e passar a exigir direitos ao Estado, que sirvam
de fato para a melhoria desses trabalhadores: exigir uma saúde de qualidade,
escolas públicas de excelência, investimento no transporte público estas são em
si reinvindicações trabalhistas.
Prof. Neto Almeida
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